Li Menezes ")
Sou antiga.

Gosto das tradições e não de bebida.

Baladas no sábado a noite nem pensar pois domingo pra mim é Shabat.

Acredito em Deus, no diabo e sexo antes do casamento é pecado.

Nada de palavrão ou lavo sua boca com cândida e sabão.

Odeio a moda e sua ditadura, tudo o que eu quero é um vestido florido. Chega de consumismo!

O essencial pra viver, é assim que tem que ser.

Meu pai, minha mãe, meus irmãos, tias, tios e avó. Familia.

Esse canto é meu.

Agora por favor, me deixa ser eu.
Li Menezes ")
Como antigamente, a mãe coloca a aliança no pretendente da filha e o aceita como futuro genro. Toda a família reunida, carne assando na churrasqueira novinha e a maionese saindo da geladeira. No karaoquê alguém canta "aqueles olhos verdes" no fundo "viva os noivos!". Recebo um cheiro e um beijo na testa com a jura de amor eterno. Estou noiva, noivíssima e com data de casamento marcada. Alguns podem dizer que é cedo, precipitado e coisas pessimistas, mas estou feliz. Muito feliz, descobri nele o homem que eu sempre quis.
Li Menezes ")
Hoje no ônibus, no caminho de casa, presenciei uma cena engraçada. O casal entrou no coletivo lotado e ficaram um de frente para o outro. Enquanto conversavam, o cara acariciava o braço da moçoila, concentrando sua atenção nos cotovelos da mesma. Olhei para o lado e mais um casal conversando, o rapaz, como o anterior, acariciando os cotovelos da gaja.

Engraçado como sempre que estamos em pé, conversando, namorando, ele me acaricia os cotovelos também.
Os cotovelos. Enrugados, as vezes cinzas por falta de creme hidratante, escuros e feios. E por que será que mesmo com essas características eles recebem tanta atenção e carinho? Não sei. Acho estranho, engraçado, mas gosto da sensação. E não pelo fato de ser nos cotovelos cinzas, e sim pelo ato de receber o carinho da pessoa amada. Não importa se no rosto aveludado ou nas juntas enrugadas.
Li Menezes ")
Sexta, 18hrs, depois de chegar com minha mãe da reunião de executivas da Tupperware deparo-me com a triste realidade de ter que ficar em casa. Nem sempre é triste, as vezes pego uns filmes, compro pizzas e me esbaldo na coca-cola com meus irmãos ( fico triste depois que me peso).

Mas hoje, eu não estava pra filmes, pizza e risadas com o Adelf.

Meu siso deu sinal de vida, e que vida. Então minha paciência estava no limite, na boca do copo.

Entrei no msn, falei com uma amiga de muito tempo, fucei o limão, entrei no site da boa forma, entrei no site da fapcom, tirei dúvidas on line com o Alek e me entediei.

A essa altura a novela das oito ja tinha acabado e o erotismo barato do BBB8 já estava pra começar. Recuso-me. Recluso-me.

Raskólhnikov me espera...me encontra. Será que ele vai mesmo matá-la?? Não esperei pra saber.

Volto ao cyber espaço. Ó..não sou só eu em casa na sexta a noite bodiada...

Discussões emésenenianas com um amigo que quer colorir-se...francês online com a Rê e falta de assunto com outras pessoas...

E assim sobrevivi a mais uma sexta em casa.

Alguééém! Salve-me...
Li Menezes ")
De volta...Véspera do natal, hora do almoço, a Zilda tem um ataque de choro. Como criança, chora por não ter a mãe por perto e a família reunida para o natal. Nunca se fazem ceias natalinas na casa dela, a mãe e o resto da família trabalham na virada pra um buffett ( compensa ), o pai diz ser "tradicional bíblico" e não comemora o natal. Segundo ele deveríamos comemorar a morte e ressurreição do Cristo. Ok, todo ano ouvia-se a mesma explicação dessa peculiaridade jacintiana, mas estar com a família dispersa enquanto todos unem as suas para comemorar o nascimento do messias e trocar presentes é triste. Ele como um bom pai lembrou-a do jantar de ação de graças no último dia do ano e que nos amamos o ano inteiro, jantamos juntos o ano inteiro, nos abraçamos e trocamos presentes o ano inteiro e por fim desejamos a felicidade um do outro o ano inteiro.

Ela chorou mais ainda, poque percebeu o quanto um amava o outro naquela família independente de ceias de natal e amigos secretos. Família unida é isso.